Segurança: Dicas para escolher o carro blindado



A blindagem automotiva deixou de ser item de luxo, sendo que o número de pessoas que buscam esta alternativa aumenta a cada ano. A aquisição de um carro blindado exige informação e confiança no serviço contrato, afinal existem vários tipos e preços no mercado. Para evitar ciladas, saiba quais os cuidados especiais na compra de um blindado, seja ele zero quilômetro ou semi-novo .


Quem decide blindar o carro precisa saber que a escolha da blindadora é o momento mais importante de todo o processo. É fundamental verificar se o revendedor possui registro no Exército, além de outras documentações exigidas pelos órgãos fiscalizadores. Os materiais balísticos estão sujeitos ao controle e vistoria do Exército e qualquer transação comercial que os envolva deve ser registrada e está sujeita a tal inspeção.

E atente-se, pois todo automóvel blindado deve possuir um Título de Registro, que nada mais é do que a comprovação de que o veículo está realmente registrado no Exército. O carro usado blindado é considerado regularizado somente com a posse de tal documento, exigido, inclusive, pelas seguradoras no momento de se contratar um seguro para o automóvel.

Categorias e custos regionais
A blindagem para carros possui categorias que vão do nível um ao quatro. A diferenciação se dá pelo grau de proteção balística, ou seja, cada tipo de blindagem resiste a tipos maiores ou menores de calibres de armas de fogo. "Antigamente a blindagem era feita com aço, que é considerado um material mais barato, porém extremamente pesado. Hoje utilizamos a aramida, uma espécie de tecido super resistente, também mais caro, mas que não altera bruscamente o centro gravitacional do automóvel após todo o processo", esclarece Celso Oliveira, gerente industrial da R10 Blindados, uma das principais blindadoras do Grande ABC, cuja sede fica na cidade de São Caetano do Sul.

A blindagem mais praticada no mercado é a de nível III-A, que suporta até tiros de submetralhadoras pistolas 9mm, revólveres 44 Magnum, entre outros tipos de pistolas, revólveres e submetralhadoras, muito usadas em roubos e assaltos no Brasil.

O fator econômico também pesa para os crescentes números do segmento. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Blindagem Abrablin, no primeiro semestre de 2013 foram blindados 4.769 veículos, um aumento de 11,55% em comparação ao mesmo período de 2012.

Passo a passo da blindagem automotiva
O processo da blindagem é trabalhoso e minucioso, consistindo em diversas etapas. "Fazemos desde o check-list inicial até os testes finais de rua, que são essenciais para provar um trabalho bem estruturado e bem feito", explica Oliveira.
1.    Medidas/Check list
O carro primeiramente é analisado e digitalizado, tendo um check-list feito logo que ele entra na blindadora com as medidas do carro e um projeto elaborado e digitalizado. São vistas todas as imperfeições que ele tinha antes de entrar na loja, para evitar futuras reclamações. Os materiais de blindagem são preparados, cortados segundo as dimensões do projeto de cada tipo de veículo, que recebe um número de identificação.

2.    Desmanche
O segundo passo é o desmanche, em que o carro é desmontado. Bancos e forros internos são retirados, a parte elétrica é desligada e os vidros removidos.

3.    Aramida
Em terceiro ponto vem o revestimento com aramida ou Kevlar no teto, colunas, porta-pacote, caixa de rodas, portas, maçanetas e parte de trás do retrovisor.

4.    Overlap
O overlap é o processo em que algumas regiões recebem atenção especial, como a junção das portas com as bordas dos vidros, onde se sobrepõe recobrimento de aço e aramida overlap. O aço é utilizado apenas em áreas muito estreitas, como nas colunas das portas, para-brisas e vigia. As rodas também recebem anéis de aço para possibilitar a rodagem do pneu mesmo quando murcho.

5.    Vidros
É necessária uma atenção aos vidros. Camadas intercaladas de vidro e polímeros como policarbonato e poliuretano formam placas que substituem os vidros comuns. O grau de transparência dos vidros diminui, mas não afeta a dirigibilidade.

6.    Remontagem e testes finais
Concluída a instalação dos materiais, o revestimento interior e as peças são recolocadas no veículo para que o acabamento mantenha a aparência original. Assim, inicia-se a fase de testes finais, com os carros nas ruas.

Antes da blindagem
    Por garantia, é melhor ir pessoalmente à empresa blindadora e conhecer de perto as instalações e profissionais envolvidos no trabalho;
    É necessário questionar o tempo de garantia que a blindadora oferece - 30 dias é o prazo regular;
    O consumidor deve solicitar que a blindadora apresente o Certificado de Registro CR no Exército. Sem esse documento, impreterivelmente, a empresa não pode atuar no ramo de blindagens;
    É preciso saber se os materiais a serem usados na blindagem foram aprovados em testes feitos pelo Exército. Isso é um direito do cliente e pode ser comprovado por uma simples cópia do Relatório Técnico Experimental ReTEx, expedido pelo próprio Exército;
    Se a empresa cobrar menos de 40000 reais no serviço total, pode desconfiar. Dados da Molicar, que pesquisa os preços efetivamente praticados no mercado, mostram que o carro blindado mais barato atualmente disponível Brasil é o Ford Ka Sport 1.6. O preço original é de R$ 33500, mas a versão blindada custa R$ 71200. De acordo com o presidente da Abrablin, Christian Conde, uma blindagem com o nível de proteção mais usado pelo mercado, o nível III-A, dificilmente terá um custo inferior a R$ 40000;
    A blindagem representa um peso extra, em média, de 170kg o que significa atenção ao condutor, visto que os freios e amortecedores poderão desgastar com mais facilidade e precisarão ser trocados com maior frequência;
    Há um resguardo, ainda, sobre o peso maior do automóvel após a blindagem. É importante saber se o pneu do veículo também recebe uma proteção, com uma manta, que permitirá que o mesmo ande a uma boa distância mesmo com os pneus vazios;
    Necessário saber que a empresa blindadora possui o direito de exigir alguns documentos do dono do veículo, como: RG, CPF, comprovante de residência, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo CRLV, certidões negativas e criminais das justiças Federal, Estadual e Militar dos últimos cinco anos, além do atestado de antecedentes criminais emitido pela Polícia Federal.

Após a blindagem é necessário atenção
    É importante observar possíveis bolhas na película que cobre o vidro blindado. Elas não devem ultrapassar um centímetro quadrado;
    Fissuras na parte interna do vidro não devem ser aceitáveis;
    É preciso verificar se o sistema de ar condicionado do veículo funcionará normalmente, já que se deverá evitar circular com os vidros abertos, após a blindagem;
    Como o carro é todo desmontado para o processo de blindagem, é ideal fazer um test drive ao sair da blindadora a fim de identificar ruídos, pois isso pode significar peças de acabamento mal encaixadas;
    Várias empresas não blindam algumas partes do veículo, como a separação entre o porta-malas e o banco traseiro. É imprescindível saber detalhadamente o que a empresa protegeu no carro;
    É necessário garantir com a blindadora se as maçanetas, a ancoragem do cinto e a fixação do retrovisor também foram protegidas, uma vez que eles podem ser pontos para a entrada de bala;
    As portas não devem ficar abertas mais do que necessário para entrar e sair do veículo, pois o peso da blindagem pode desalinhá-las.

da Redação | 22/12/2014

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